Opa! Deixa eu tirar a poeira antes que o blog fique às traças! Ando zonzo com a correria do mestrado e com a adaptação à vida de cidade grande. Vamos às novidades:
Estou enfrentando mais de uma hora de trânsito para chegar à faculdade. Isso tem afetado meu rendimento nos estudos... Pretendo me mudar para as redondezas do Mesteco ainda este mês.
Apesar de não ter conferido na balança, já emagreci uns dez quilos: quatro, subindo a escadaria + ladeira entre o terminal de ônibus (estação da Lapa) e a Praça da Piedade. Os outros 6kg perdi graças à um restaurante: a comida... causou uma infecção intestinal... e de lá pra cá não fui mais o mesmo. Ainda não me sinto "seguro" novamente... Mesmo assim, eu e os colegas voltamos lá, pois somos amantes do risco!
Segunda feira tivemos uma reunião de trabalho, onde nos deram as boas vindas (depois de um mês de aulas) e apresentaram nossos (poucos) direitos e (muitos) deveres. Teremos que cumprir 36 crédios em 9 disciplinas, além das atividades curriculares.
A impressão é que querem "arrancar nosso coro sem tirar sangue". A nova coordenação do mestrado pressionou bastante, avisando para terminarmos o curso em dois anos. Porém, no último triênio, o pessoal levou em média 31 meses para concluir. Historicamente, metade da turma desiste ou é jubilada e cerca de dez alunos por ano defendem a dissertação. Hoje o curso tem ao todo, 48 alunos.
Sobre as primeiras disciplinas obrigatórias:
Ecometria I:
O professor é recém: recém doutor pela USP, recém chegado na casa. Mas fez o mestrado por aqui, então conhece bemas deficiências a realidade do centro. Está empolgado, com vontade de fazer diferença e ministrar um bom curso:
— (...) a intenção é que quando vocês encontrarem um colega que estudou na usp, na fgv, que você consigam conversar e se sentirem nivelados.
Neste primeiro mês fizemos uma "revisão" de Estatística, baseada nos primeiros 4 capítulos do Hogg-Mckean-Craig. Entregamos duas listas de exercício e na próxima terça teremos a primeira avaliação!
Métodos Quantitativos
Por enquanto está dando pra levar. Já tem bastante assunto pra estudar, considerando que a turma é um pouco heterogênea (ou homogênea pra baixo). O professor pede "leitura intensa e total dos capítulos cobertos pelo livro-texto principal (Alpha Chiang)" - Sim, isso mesmo: Chiang é o nosso guia, e o Simon & Blume, complementar.
Doutrinação Ideológica Economia Política:
Por causa das outras matérias, tendemos a deixar essa em segundo plano - mas os veteranos já avisaram que essa estratégia é perigosa, pois a carga de leituras é grande.
Segundo o professor:
— Iremos ver tudo que é relevante fora do mainstream. E quando vocês virem o mainstream, é pra ser criticado. Vamos desmistificar a economia neoclássica e apresentar alternativas.
Ele também diz umas coisas que eu prefiro classificar como "engraçadas":
— Nenhum economista de gravatinha conseguiu dar uma explicação satisfatória para a crise. (...) Essa fauna ridícula (...)
— A teoria neoclássica explica qualquer coisa com dois argumentos: 1) as manchas solares: mudam o clima, que impacta na produção agrícola, provocando as crises (Jevons). 2) a culpa é da natureza humana, especulativa.
Mas estamos na Academia e não numa igreja, ou seja, não é questão de fé. Daí não preciso aceitar e concordar com o que ouço. Mas não estranhem se eu começar a reproduzir esse discurso, afinal, sou obrigado a gastar parte do tempo fazendo essas leituras...
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Créditos das fotos:
Estou enfrentando mais de uma hora de trânsito para chegar à faculdade. Isso tem afetado meu rendimento nos estudos... Pretendo me mudar para as redondezas do Mesteco ainda este mês.
Apesar de não ter conferido na balança, já emagreci uns dez quilos: quatro, subindo a escadaria + ladeira entre o terminal de ônibus (estação da Lapa) e a Praça da Piedade. Os outros 6kg perdi graças à um restaurante: a comida... causou uma infecção intestinal... e de lá pra cá não fui mais o mesmo. Ainda não me sinto "seguro" novamente... Mesmo assim, eu e os colegas voltamos lá, pois somos amantes do risco!
Segunda feira tivemos uma reunião de trabalho, onde nos deram as boas vindas (depois de um mês de aulas) e apresentaram nossos (poucos) direitos e (muitos) deveres. Teremos que cumprir 36 crédios em 9 disciplinas, além das atividades curriculares.
A impressão é que querem "arrancar nosso coro sem tirar sangue". A nova coordenação do mestrado pressionou bastante, avisando para terminarmos o curso em dois anos. Porém, no último triênio, o pessoal levou em média 31 meses para concluir. Historicamente, metade da turma desiste ou é jubilada e cerca de dez alunos por ano defendem a dissertação. Hoje o curso tem ao todo, 48 alunos.
Sobre as primeiras disciplinas obrigatórias:
Ecometria I:
O professor é recém: recém doutor pela USP, recém chegado na casa. Mas fez o mestrado por aqui, então conhece bem
— (...) a intenção é que quando vocês encontrarem um colega que estudou na usp, na fgv, que você consigam conversar e se sentirem nivelados.
Neste primeiro mês fizemos uma "revisão" de Estatística, baseada nos primeiros 4 capítulos do Hogg-Mckean-Craig. Entregamos duas listas de exercício e na próxima terça teremos a primeira avaliação!
Métodos Quantitativos
Por enquanto está dando pra levar. Já tem bastante assunto pra estudar, considerando que a turma é um pouco heterogênea (ou homogênea pra baixo). O professor pede "leitura intensa e total dos capítulos cobertos pelo livro-texto principal (Alpha Chiang)" - Sim, isso mesmo: Chiang é o nosso guia, e o Simon & Blume, complementar.
Por causa das outras matérias, tendemos a deixar essa em segundo plano - mas os veteranos já avisaram que essa estratégia é perigosa, pois a carga de leituras é grande.
Segundo o professor:
— Iremos ver tudo que é relevante fora do mainstream. E quando vocês virem o mainstream, é pra ser criticado. Vamos desmistificar a economia neoclássica e apresentar alternativas.
Ele também diz umas coisas que eu prefiro classificar como "engraçadas":
— Nenhum economista de gravatinha conseguiu dar uma explicação satisfatória para a crise. (...) Essa fauna ridícula (...)
— A teoria neoclássica explica qualquer coisa com dois argumentos: 1) as manchas solares: mudam o clima, que impacta na produção agrícola, provocando as crises (Jevons). 2) a culpa é da natureza humana, especulativa.
Mas estamos na Academia e não numa igreja, ou seja, não é questão de fé. Daí não preciso aceitar e concordar com o que ouço. Mas não estranhem se eu começar a reproduzir esse discurso, afinal, sou obrigado a gastar parte do tempo fazendo essas leituras...
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Créditos das fotos:
- A primeira, com o pombo, é na Estação da Lapa. Foto de Mariele Góes.
- A segunda, do prédio de economia da UFBa, está numa galeria de fotos do centro da cidade, de Marco Aurélio Martins.
Enoch,
ResponderExcluirMUITO SUCESSO para você, MAS não deixe de continuar com o blog, ok????
Abraçao,
João Melo, direto da selva!
Enoch,
ResponderExcluirCuidado quando for criticar no Blog alguma disciplina ou professor! Descobri, faz algum tempo, que professores costumam pesquisar o nome de seus alunos no "Google", e que o mundo acadêmico é pequeno e cheio de dedos-duros.
Te desejo muito sucesso no mestrado, e continua postando as novidades!
Abraço
Oi João! O blog não acaba não! Mas espero que eu consiga pelo menos escrever sobre produtividade de vez em quando... Senão meus poucos leitores ficarão de saco cheio se eu escrever apenas "o diário de um mestrando"! rs
ResponderExcluirRicardo, valeu pela dica. Pensei muito antes de escrever, mas devo ter deixado escapar um pouco mais do que devia...